quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Diaba veste Zara



Boazinha? Longe disso.
Diria que as pessoas que eu realmente amo cabem em meus dez dedos da mão.
Não tenho um pingo de paciência para medíocres, muito menos entre paredes onde sobra veneno e falta livro.
Me orgulho disso. Fico em paz, me isolo nos contos,nos cantos, nas histórias, nas memórias.
Sociopata? Não, talvez pata. Sem o prefixo.
Sou pata, no meu lago brilhante, aparentando calmaria na superfície, mas batendo meus pés como o diabo para manter-me elegante e superior.
Penso, logo existo. Leio, e logo me transformo. Não choro, e isso me torna menos humana. Great, i love this, pois o ser humano me enoja.
Longe de ser tão cega que não possa ver, nem tão surda por causa de um acidente na piscina que não ouça. Vejo além, ouço mais. Tenho tato de cego, identifico ao tocar.
Sou diferente, a começar por meu nome. Sei que sou.
Acho que uma elevação de quociente intelectual é uma maldição, os abençoados são os iletrados funcionais, esses sim são felizes! Dentro de seus invólucros saponificados, em suas mentes limítrofes, ficam excitados quando podem destilar seus venenos maléficos em cima de pobres coitados para quem sorriem quando estão na frente, apunhalam quando suas vitimas dão as costas.
Pavor de um dia tornar-me assim, tão amarga e frustrada que possa lembrar esses tipos e esses tempos nebulosos, e pelas tantas tenho mantido-me de pé e cabeça erguida, conforme a Dona Sonia ensinou-me num inverno tenebroso, há tempos atrás. Deus seja com a senhora, Dona Sonia, tenho seguido a risca suas palavras.
Velhos tempos... velhos dias.
Tenho todos os dias enfrentado coisas das quais tenho muito medo. A maldade, a pequenez, as medições dos meus pés a minha cabeça, os julgamentos e as conclusões infundadas de pessoas que não me conhecem e jamais irão conhecer. Mesmo porque não possuem elevação para tal, muito menos faço questão, o céu é o meu limite.
Por que? - Parei de me perguntar isso. Eu já entendi essa fase.
Entendi que tudo o que acontece comigo, é com a minha permissão e somente eu posso reverter, e é assim com todas as coisas, estou esperando, já na certeza do bumerangue fazer meia volta e bater no meio da testa.
Dificilmente ficarei nostálgica da imoralidade imunda.
Deus é uma circunferência, como absolutamente tudo nesta vida, tudo que vai volta. Ah, volta!
Então estou cá, com meus sapatos, entre fuxicos sussurrados e gélidos abraços, sorrisos amarelos e insinuações estúpidas, faltando-me aneis, mas com todos meus dedos, podendo ainda contar neles, as pessoas que eu amo, que me conhecem e respeitam, vestindo Zara... eu, a vossa DIABA.




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