segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Homem de camisa bem passada.

É um cafajeste. Cuidado com ele!
Ele vai te chamar de “gatinha”, “linda”, de “princesa”, de “rainha” se por acaso ele te achar velha. Sabe por que?
Porque ele não sabe o teu nome. São muitos nomes.
E nem adianta perguntar! O cafajeste é o genérico do amor.
Só se elogia, pois, o cafajeste faz propaganda enganosa, porque apenas quer transar. Depois some.
O cafajeste faz “tele-entrega”, ele aparece de repente como se fosse uma visita, assim como de repente some.
O cafajeste é aquele que vai usar uma camisa bem passada, com vinco. Geralmente é sistemático, limpo, organizado.
Ele não pode se arriscar nas roupas, ele precisa passar uma ideia formal. De que não bagunçaria a vida de ninguém, pois não faz isso com a dele.

O cafajeste oferece o troféu que ele espera: tem uma nova prisioneira emocional para visitar à vontade na cela dos costumes e atender aos seus caprichos narcísicos e ególatras.


Todo cafajeste usa camisa bem passada.


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Olá!

Faz um tempão que não publico nada aqui!
Hoje, sentada em um café na cidade em que moro atualmente, lembre-me desse espaço e vim compartilha algo principalmente com as mulheres!

Um homem de meia idade me abordou, dizendo que achava que me conhecia de algum lugar! Ora, essa cantada é do tempo do avô dele, né? Como dizia meu saudoso pai - é mais velha que andar pra frente!
Mas eles acham que ainda caímos nessa.
Um homem bem vestido, bonito, postura elegante e tudo o KIT calhorda que conhecemos bem.
Disse:
-Mocinha, posso usar a tomada que está ao teu lado?
Bom, disse que sim, são poucas as tomadas aqui, todos nós dependemos delas. É natural.
Claro que ele usou como pretexto e já emendou:
-Onde eu moro, na Europa, mais precisamente em Viena, temos tomadas em praças publicas.
Me fiz de besta e disse:
-Ah é? Que interessante!
Ele empolgado achando que eu sou idiota:
-Não conhece Viena? Gostaria de ir um dia?

Pedi licença porque a atendente do Café, uma senhora muito materna comigo me disse:
-Toalá, vem aqui. Levante do balção porque esse homem é um CANALHA. Aborda todas as moças que estão trabalhando aqui, fala tudo isso que disse a você, depois sai com elas daqui!!!
Fora que traz algumas e leva pro banheiro e ficam lá um tempão na maior cara de pau.

SIMMMMMMMMM, queridos, amigos, tempos difíceis!

Neste momento ele está simulando uma super negociação em Euro e me encarando.

AIAIAIAA





Ora Ora, um clássico.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mulher Armênia

Guerreira, mulher armênia
Pele branca, meias de seda
Guerra e batalha enfretada
Vencidas, minha armênia amada.

Armênia que no amor acredita
A lide cujas as mãos pacifica
Mulher que fugiu da guerra
Viva, Armênia, a vida a espera.

Calçando meias de seda, me devolveu
Armênia, aquilo doeu!
Porém meu amor, jamais morrerá
Mulher, eu sei de que lado é seu dever estar.

Rezo por você todas as noites
Para que o frio não te golpeie num açoite
Armênia, essa moça jamais esquecerá
Aquele conselho que dela não sairá

Mulher, tens muito para viver!
Filhos e marido não vivem sem você
Volte para eles e eu daqui vou estar
Armênia, por você a cabeça jamais abaixar.

Testemunhas de nada.
 A moça foi devolver um produto trocado, sem querer, em uma loja.
Na calçada, um homem pobre comia pasteis da feira em potes de plástico.
Seu cachorro Negão, um mestiço de labrador, olhava atento para seu dono.
 O homem oferece metade do pastel ao Negão, que recusa para que seu dono coma mais.
A moça, tomada de compaixão por aquele homem que cheirava alcool, e sentia frio, senta-se ao lado dele para prosear. Abre sua bolsinha e pega todo dinheiro que possui, e entrega àquele que é seu igual seu irmão. O homem diz: -Senhora, é para eu comprar ração para o Negão? Prometo que não vou beber com esse dinheiro. Quem é a moça para julgar um homem maltratado pelos caminhos?
 -Se for para beber, senhor, beba e mate seu frio.
Senhoras, Testemunhas de Jeová, passam por eles sem tomar conhecimento, com suas bíblias guardadas debaixo de seus braços.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Verônica (parte I) O ano é 1998. Faz frio, muito frio. Estou debaixo de quatro cobertas, com três meias calças fio 80, e coloquei uma por cima da outra porque todas estão rasgadas de alguma forma, e assim não se percebe nada. Não que eu vá sair, não é isso, é que o frio está desesperador. É agosto e alto inverno. Tudo dói, todo meu corpo, mas o coração dói bem mais. Olho de forma obsessiva para o telefone pendurado na parede do meu quarto, ele é vermelho e tem um adesivo holográfico do Mickey, a cola já está saindo, então fico olahndo até ficar vesga. Ele não toca mais e quando toca é para meu avô ou para minha mãe e muitas vezes é engano. Impressionante a quantidade de ligações com algum engano quando você está esperando um telefonema importante. Detesto. Em frente a minha cama de solteiro, com o estrado quebrado que sempre tenho que recolocar senão durmo num buraco (as vezes me sinto protegida nele), tem um sofá cama verdinho, onde coloco cuidadosamente meus bichinhos de pelúcia, um a um, do maior para o menor, que coleciono desde dos meus seis anos. Todos são importântes, todos têm seus lugares no sofá e em mim. Não faço qualquer esforço para me livar deles e isso nos auge dos meus vinte e dois anos. Meu nome é Branca, e tenho esse nome devido a uma namorada que meu pai teve na França. Segundo ele, era uma deusa. Levanto para mudar o canal, onde um pastor unge e berra, ele pede para ligar e colocar o nome para a oração das duas da manhã, ele fará ua oração e quem sabe Deus olhe para mim e me cure hoje. Ligo e deixo meu nome. A atendente pergunta se meu nome é realmente Branca e digo que sim. Soletro. B R A N C A, para que não haja dúvidas. Quero meu nome na oração apesar de estar com uma estrela wicca presa no mural de cortiça, com o nome dele dentro. O nome dele é Marcelo. Não só tem uma estrela wicca como uma vela com açucar e canela, cravejada de cravos que uma cigana que conheci no chat zaz me ensinou a fazer, pelo telefone. O nome dela é Magdalena, e ela me cobra R$1,99 por minuto para me dizer que ele voltará, e se não voltar pegará uma doença de pele. Não quero a doença, quero que ele volte.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Anti-reza

Alguns torcem para eu engordar
Alguns querem me amar
Alguns torcer para eu falhar
Alguns torcem para eu ganhar

Alguns torcem para eu chorar
Alguns rezam para terminar
Alguns fingem de mim gostar
Alguns me roubam para eu me decepcionar

Alguns sabotam nossas vidas
Alguns disputam suas filhas
Alguns falam através de insinuações
Ah, esses são cheio das "razões"

Algumas traem seus maridos
Alguns falam dos vizinhos
Na verdade fazem pior
E criticam o melhor

Qual a graça de roubar?
Qual a graça de em seguida acusar?
Qual a graça de disputar?
O que nem é teu, pode parar!!

Acham que não nos contam?
Acham que não sabemos?
Acham que não oramos?
Acham que disso gostamos?

Todo mundo tem dois olhos
Todo mundo tem dois ouvidos
Todo mundo tem uma boca
Mas inteligência ali é pouca.

Alguns podem não acreditar
No que eu tenho pra contar
Mas, meu caro, pode apostar
Essa anti-reza não vai funcionar.



Os olhos de Sônia Há quinze anos espero um perdão Espero o perdão de Sônia Vi seus olhos numa foto Que saudades do seu colo... Escrevi uma carta te contando o que passava Dobrei em três e guardei na bolsa Sem coragem de entregar, eu fui uma tonta! Até seu doce de abóbora eu gostei porque com ele do seu carinho provei tinha amor naquele doce ah! Se pra sempre fosse... Fiquei olhando pra foto seus olhos são lavanda... como nunca reparei? acho que eu era tão criança... Sônia é armênia pele rosa, toda bela é uma mamuska russa eu queria sair de dentro dela Sonia vestiu a meia preta fazia frio, era inverno ela me devolveu em casa queri ficar, ouvir o relogio que lá tocava Um conselho ela me deu um que maias esqueci Toalá, nao abaixe nunca a cabeça Dona Sônia, eu jamais esqueci! O que fiz não tem perdão? Mesmo pedindo de todo coração? Tudo bem, eu espero outra vida ainda esperarei, amor nao finda.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Haydice


Minha avó não teve sorte
Logo teve encontro com a morte
Primeiro foi um filho
logo em seguida o marido

Sem respirar, mãe e pai
tinha uma irmã, Eni
linda, rica, turquesa
ela viveu dos seus "ais"

Segundo filho, João
alcoolatra, doente, caido no chão
viveram os dois num inferno
Deus o levou, num inverno

Ficou viva, ainda morta
contrariando todos que deram as costas
me chamou num canto, tadinha
Toalá, você é a minha primeirinha

Ela foi sem avisar
fiquei sabendo com pesar
Vovó, ainda sou sua primeirinha?
certeza que no céu caminha

O anjo veio a noite
e disse sussurando
Haydice, está na hora
me dê a mão, vamos voando

Agora ela está em paz
ninguém a julgará mais
foi mais inteligente, saiu de cena
Haydice agora "jazz"

Familia


Familia

minha familia é unida
sentam-se à mesa para decidir
quem aqui, quem dali
merece ter uma vida?

Fui colocada na pauta
bem logo no dia em que nasci
ja decidiram de plano
que nada seria, em anos

Fui crescendo, percebendo
que na lapela de meu vestido
havia tinha uma estrela
dessas que os Judeus usavam

Fui marcada viva
como cavalo de embaraçada crina
essa menina não tem futuro
ela vive em outro mundo

O mundo que eu vivia
era de alcool, drogas ilicitas
criança que eu era não achava
em nada daquilo graça

Mas já pequena estava condenada
a provar, provar
resultado? Nada.
Mas nunca, jamais, pararam de falar

Deus um dia olhou para mim
Olha Toalá, a vida lhe sorri
Me abençoou me carregando
colocou em minha volta mil anjos

Incrivel, cresci praticamente intocada
mas minha familia, que ingrata
permaneço sendo a filha do alcoolatra
tudo bem, a sorte bateu em minha porta

Obrigada, Deus por me fazer
uma garota forte e sobreviver
queria muito ter uma familia
e que falassem - Toalá, seja bem vinda!

No meu julgamento


No meu julgamento

Fui atada, algemada
meus cabelos cresceram naturais
por muito tempo fiquei sentada
me levaram aos tribunais

Na sala, fui posta a frente dos meus julgadores
Uma cretina, uma fudida, uma dissimulada, meus corretores
Levantei-me para ouvir as testemunhas
Uma a uma foi me sendo revelado

Essa menina é uma maluca!
A outra disse, "tudo que ela fala é uma loucura"
Perguntei, quem aqui me conhece?
Ninguém, mas tampouco te aturam!

Nenhuma me olhava no olho
Pode estar aí meu consolo
Quem não olha nos olhos não pode
fazer da minha história, trambolho

Mais testemunhas chegaram
Uma delas me deu um abraço
Para minha surpresa esta seria
a cobra que me condenaria um dia

Gritaram no tribunal
Prenda, Toalá, ela é infernal
Eu sorri diante de todos
me imaginei no carnaval

Onde todo mundo usa uma fantasia
A mais procurada é da hipocrisia
Mas eu prefiro ainda
Me passar por uma simples joaninha

Voltei à realidade
Mas, agora, no meu julgamento eu estava à vontade
Quem me condena me conhece de boatos
Boatos não tem a ver com fatos

O fato é que não sou inocente
Faço, aconteço, dou com a lingua nos dentes
Isso não faz um frustrado contente
principalmente uma puta, quem tanto mente

Escreverei minha carta
para todos serei exata
esperarei a vida responder
nenhum minuto eu tenho a perder

Saiu minha sentença
Levantei-me para recebe-la em vossa presença
Minha condenação - ficar de boca calada
Enfiar a verdade no rabo e morrer engasgada.